terça-feira, 21 de maio de 2013

EMIGRAR - A Experiência de Viver em Terra Estrangeira.




EMIGRAR


Quem poderá definir com exatidão os verdadeiros motivos pelos quais se afastaram essas almas de sua terra nativa?


Cada ser é um complexo emaranhado de impressões justapostas, as quais, nem o próprio interessado conhece, muitas vezes, as explicações necessárias.


Transplantar-se de uma coletividade exige um conjunto de reações, ignoradas pela maioria das criaturas, acomodadas à terra natal.


Preocupa-se o espírito, nessa situação, com um sem número de detalhes de origem material e psicológica, capaz de arrefecer o ânimo dos mais seguros analistas de gabinete.


Embora a coragem dos grandes descobridores (Colombo, Cabral, Vasco da Gama, Vespúcio) seja decantada em prosa e verso, talvez o valor dos atuais "desbravadores de civilizações" não lhes esteja muito distante.


O HOMEM QUE EMIGRA pode estar tranquilo quanto à rota que o navio percorrerá, e quanto à inevitável ancoragem do mesmo, no porto de destino.


Todavia, sua odisséia começou no esforço de romper a rotina, e desdobrar-se-á, à semelhança dos aventureiros do passado, ao se encontrar sob a ação anestesiante da calmaria da indeferença alheia pela sua sorte.


Agravar-se-á, ainda, ao rugir da tempestade dos sentimentos contraditórios da incerteza e da insatisfação, prolongada através duma espera que, frequentemente, parecerá interminável.


Essas almas, assim batidas pelas ondas gigantescas da inadaptação ao meio, 

terão que possuir a resistência dos cascos dos navios, 
reforçados para enfrentar todos os embates, como também, aprender a reconhecer, por sinais eventuais, a proximidade da "terra firme", onde possam desembarcar com segurança.

Navegando no mar tenebroso das incompreensões humanas, 

os emigrados jamais poderão ser criticados ou diminuídos por seus detratores, 
refestelados em suas poltronas bem resguardadas.

O determinismo, e o livre arbítrio, são duas leis que se conjugam para a realização da Evolução e do Progresso.


Nenhuma força constrange, inapelavelmente, os espíritos a emigrar.


Porém, em seu foro íntimo, ecoa o apelo dos compromissos assumidos, quando,

por deliberação própria, aliaram-se à outras almas, 
que se propuseram a descer no seio de uma das raças existentes na face da Terra, para colher -e trazer-
valores de solidariedade e integração, que serão úteis à nacionalidade brasileira. 

Na realidade, vistos sob este prisma, eles são brasileiros que estagiaram em solo diverso, 

antes de ingressarem definitivamente nas lides da sua pátria de eleição. 

Estes espíritos podem, mesmo, ser considerados como os mais autênticos patriotas, pois, 

reconhecendo a programação espiritual mais elevada, relacionada ao solo e ao futuro do Brasil, 
não hesitaram em suportar as dores e desajustes da expatriação, para contribuir com uma 
pequena parcela de valores novos, necessários ao perfeito equilíbrio espiritual de sua Terra Prometida.

A alma do brasileiro nato é imune à quaisquer sentimentos de exclusivismo e superioridade racial,

e rejeita as normas inflexíveis de nacionalismos cultivados por outros povos.

Esse sentimento difuso de amor e fluidez patriótica, de todas as cores, 

baseia-se na intuição profunda de que,
a sua nacionalidade, a brasileira, 
tem as suas raízes nos princípios mais universais do Amor Crístico.

-Ramatís.

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