Poema: Desesperança
por: Adama Konate
"A colheita é pobre sob o sol quente e implacável
A fome toma de assalto a aldeia sem um silo de grãos
A seca transforma o pássaro margot numa carapaça
O poço só funciona na grande manhã de sorte
A grande floresta perde suas ervas e frutas
A fauna vive em situação miserável
A chuva não umedece mais a terra
A criança infeliz perdeu tudo no mundo
As coisas triviais tornaram-se muito duras e dolorosas
O dinheiro na mão desapareceu.
A alegria de ir ao trabalho esbarrou na falência da sociedade
A última esperança da família caiu por terra
A criança sem sorte tornou-se infeliz
Sem chuva, o agricultor não tem certeza da colheita
Sem fé, como os paralíticos andariam?
Sem fé, quando o pobre comeria?
Sem fé, como as cascas secas se tornariam um oásis?
Sem fé, como as árvores plantadas dariam bons frutos e sombras frescas?
A pobreza é um fardo.
A vida é muito difícil para os proletários sem esperança.
A sorte, morta, não assegura mais a riqueza futura.
Cada um terá a sua parte, em qualidade e quantidade no momento da partilha.
"Um estômago faminto não tem ouvidos."
O mundo precisa se unir pela paz e solidariedade
A solidariedade é a verdadeira força rumo ao sucesso
Por quê as gentes que precisam de ajuda não a têm?
Por quê os benfeitores são os menos afortunados?
Por que o criador do mundo faz chorar a alguns e
agrada a outros?
Com a coragem, tudo é possível
Até mesmo a mudança inesperada..."
Adama Konate
Poeta do Mali
A criança preta Africana
São Paulo, março de 2013.
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